Prefeitura Municipal de Bom Princípio

Oriundo da cidade de Klüserath am Mosel, na região do Hunsrück, na Alemanha, Guilherme Winter veio para o Brasil em 1829. Ele e sua família estabeleceram-se em São José do Hortêncio, onde se casou com Elisabeth Müller. Segundo Braun (2015), logo após o casamento, Winter comprou 43 quilômetros quadrados de terras, cuja propriedade era de portugueses.

Nessas terras, em 1846, Guilherme Winter fundou a sua própria colônia, conhecida, por muito tempo, como Winterschneiss (em português: Picada dos Winter). Esse nome é até hoje utilizado por descentes de alemães para se referir à cidade de Bom Princípio, que teve como primeiros proprietários de origem germânica a família Winter.

Braun (2015) explica que, logo nos primeiros anos, Winter vendeu algumas propriedades para outras famílias alemãs que buscavam se estabelecer na região. Contudo, ele apresentava pré-requisitos aos novos moradores. Todos deveriam ser adeptos da religião católica, zelar pela formação dos filhos e serem profissionais de diferentes áreas (ferreiro, sapateiro, professores, comerciantes, etc) (BRAUN, 2015, p.21). O primeiro critério estabelecido por Winter explica, inclusive, o fato de hoje Bom Princípio não ter nenhuma igreja luterana.

Mais tarde, por volta de 1853, com a chegada de novos moradores, o lugar recebeu o nome de Bom Princípio. De acordo com Theodor Amstad (in BRAUN, 2015, p.25), um ano depois de Guilherme Winter se estabelecer nas terras que comprou, cerca de 17 famílias de imigrantes alemães estavam estabelecidas nessa colônia. Muitas delas, de grande destaque na história do município, ajudaram a construir igrejas, escolas e comércios no local. Mais tarde, ainda foram construídos o seminário, a casa dos Irmãos Maristas e os Colégios Santa Catarina e Santa Tereza, administrados por freiras. Além disso, em 1931, foi inaugurado o primeiro hospital da localidade.

A colônia fundada por Winter foi se tornando próspera, com grande produção agrícola. Conforme explicam Klein e Steffens (2005), os imigrantes passaram a criar porcos dos quais a banha exportavam para países europeus. Mais tarde, também, o cultivo de alfafa rendeu lucros à comunidade por volta do século XX. A colheita, além de servir para alimentar os cavalos dos próprios colonos, era vendida para o exército brasileiro manter seus animais (KLEIN; STEFFENS, 2015).

Durante muito tempo, Bom Princípio fez parte do distrito de Montenegro. De acordo com Klein e Steffens (2005), as regiões vizinhas as colônias bom-principienses foram se desenvolvendo economicamente a partir do final do século XIX e início do século XX. Isso, principalmente, pelo fato de o estabelecimento de ferrovias, em Novo Hamburgo, e da navegação, no Rio Caí, favorecerem o escoamento da produção. Contudo, a região de Bom Princípio, que fica entre a Serra e São Sebastião do Caí, não usufruiu desses benefícios e ainda dependia do transporte terrestre. Esse cenário só foi mudar em 1980, com o estabelecimento rodoviário da E-RS 122, o que voltou a promover o desenvolvimento econômico do lugar.

Em 1953, houve um movimento separatista que tinha como objetivo integrar a região de Bom Princípio e São Vendelino ao município de São Sebastião do Caí. Segundo Klein e Steffens (2005), o governo Estadual confirmou a decisão e a região deixou de pertencer à Montenegro.

Já por volta da década de 1980, a Assembleia Legislativa possibilitou a criação de novos municípios no Rio Grande do Sul. No ano seguinte, foi criado o projeto de emancipação do município de Bom Princípio, que, para acatar a regra da Assembleia de um novo município ter, no mínimo, 10 mil habitantes, reuniu as localidades de São Vendelino, Tupandi, Bela Vista, Paraíso, Vigia e parte do Rio Branco ao seu território.

Liderados por Arno Eugênio Carrard, o município conseguiu se emancipar no dia 12 de maio de 1982. Ao contrário do que a população acreditava que aconteceria nas eleições de novembro daquele ano, Carrard perdeu para Hilário Junges, de Tupandi, a administração do novo município. Junges impulsionou o desenvolvimento de Bom Princípio. Além disso, em 1986 inaugurou a sede própria da administração municipal, localizada no centro da cidade. Depois de Junges estiveram à frente da prefeitura José Bertoldo Ledur, César Luís Baumgratz e Nestor Seibel, Ilda Ost, Vasco Brandt e, atualmente, Fábio Persch.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, a população de Bom Princípio era maior do que 14,4 mil pessoas. Já conforme pesquisadores e fontes oficiais da Prefeitura, apesar de não haver nenhum registro que comprove, a maioria da população ainda é descendente de imigrantes alemães.

SÍMBOLOS MUNICIPAIS 

Morango

O morango é a fruta símbolo do município. É uma fruta imbatível em sua cor, doçura e aroma. É delicioso tanto para ser consumido “in natura”, quanto para doces, tortas, geleias e saladas. Possui várias características nutricionais que contribuem para manter a saúde equilibrada.

No município, a variedade de morango mais plantada é a San Andreas, que se adaptou muito bem ao clima e ao cultivo em substrato. No solo, a mais plantada é a Camarosa, pela excelente qualidade dos frutos que são grandes e doces. Além disso, o município conta com as seguintes entidades: Associação de Produtores de Morango de Bom Princípio (Bom Morango), Cooperativa de Produtores de Morango Ecológico de Bom Princípio (ECOMORANGO), Secretaria de Agricultura, Emater-RS/ASCAR - Bom Princípio e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR).

No processo de produção do morango, são envolvidos em torno de 300 produtores e 80 famílias, que tem plantado em torno de 1 milhão de mudas por ano, com média de produção de 1 kg por planta. Já em relação ao destino da fruta, a maioria da produção é destinada à CEASA e mercados da Região Metropolitana de Porto Alegre.

Uma nova técnica para os produtores foi o cultivo de morango em substrato, que permite um período mais longo de plantio e produção, oportunizando a colheita da fruta durante o ano todo. Nesse plantio as mudas são suspensas a 70 cm do solo, o que facilita o manejo dos produtores. A nova técnica tem se mostrado eficiente e traz uma ótima opção de cultivo para produtores ecológicos.

Hino

Letra e música de Ignácio Antônio Neis (Lei Municipal 171/88, de 30 de setembro de 1988)

Diz teu nome: "princípio de esperanças",

Que os pioneiros no chão viram nascer.

De colônia e de vila tens lembranças

Que a cidade hoje vêm engrandecer.

Bom Princípio, por várzeas e por montes,

Teu passado cantamos com fervor,

Teu porvir abre novos horizontes

De esperanças sem fim brotando em flor.

Diz teu nome: "destino de grandeza",

Cultivando estas terras com labor

E criando outras fontes de riqueza,

Vais construir um futuro promissor.

Diz teu nome: "leal fidelidade",

Pois és berço de nobres tradições,

Onde a fé, o trabalho e a bondade

Vão moldando briosas gerações.

Os teus filhos, modestos ou com glória,

Perto ou longe, com alma e coração,

Te consagram nas páginas da História

A serviço de Deus e da Nação.

Brasão 

Morangão

Centro Administrativo

Parque Municipal

Centro Educacional Marista

Igreja Nossa Senhora da Purificação

Túnel Verde