Garibaldi
Data de criação do município: 31/10/1900
Área Geográfica (2015): 169,2 Km²
População total: 35.794 (2019)
GOVERNO
Prefeito - Sérgio Chesini
Vice-Prefeito -Valério Sbeghen Mayer
Secretaria Mun. De Administração - Eduardo Artur Mombach
Secretaria Mun. De Agricultura e Pecuária - Alex Carniel
Secretaria Mun. De Educação – Beatriz Arregui Sopelsa
Secretaria Mun. De Esporte e Lazer - Francisco Giordani
Secretaria Mun. Da Fazenda - Francisco Giordani
Secretaria Mun. De Habitação, Trabalho e Assistência Social – Joziele Alpe da Silva
Secretaria Mun. De Meio Ambiente - Anderson Luiz Dalla Rosa
Secretaria Mun. De Obras – Alex Carniel
Secretaria Mun. De Inovação e Empreendedorismo - Daniel Deconti
Secretaria Mun. De Saúde - Clarisse Lagunaz
Secretaria Mun. De Turismo e Cultura - Ana Pauline Mombach
Secretaria Mun. De Segurança e Mobilidade Urbana - Francisco Giordani
Vereadores
Deonisio Cereja (PP)
Priscila Dalpubel (MDB)
Nico Palharini (MDB)
Luana Meneghetti (MDB)
Marcia Pedersetti (PP)
Arnaldo Seganfredo (MDB)
Cintia Chesini (PP)
Cassio Fachi (PP)
José Bortolini (PDT)
O lugar e suas memórias
Garibaldi (cidade localizada a 105 quilômetros de Porto Alegre a 640 metros de altitude) é um município com características peculiares. Colonizado por imigrantes italianos, teve forte influência da cultura francesa, transmitida pelas congregações religiosas de origem francesa, responsáveis pela educação dos habitantes, durante décadas. Além disso, veio a receber o aporte dos sírio-libaneses, no que diz respeito ao comércio. Esses são alguns dos fatores que contribuíram para a Garibaldi de hoje. Um município com diversidade econômica e cultural, rico de história e memória.
Breve histórico de Garibaldi
O núcleo surge por ato de 24 de maio de 1870. Na data o presidente, Dr. João Sertório, cria as colônias Conde D'Eu e Dona Isabel, inaugurando um novo momento no processo de colonização e economia no estado do Rio Grande do Sul. Garibaldi intitula-se, inicialmente, Colônia Conde D'Eu, denominada assim em homenagem ao genro do imperador, casado com a Princesa Isabel.
As duas colônias possuíam 32 léguas quadradas de terras devolutas. Era necessário proceder ao povoamento. A região não oferecia atrativos, pois suas terras eram acidentadas. Seria necessário investir na infraestrutura para povoá-la. Mas como o governo não estava disposto a tanto, buscou outros recursos para torná-la habitável e cultivável. Estendeu seu foco para além do que o horizonte podia enxergar e encontrou a solução: povoar a região com europeus habituados ao mesmo clima do sul, ao frio e às dificuldades do terreno para o cultivo agrícola.
A colonização da Colônia Conde D'Eu, aconteceu no final da fase imperial. Os primeiros imigrantes chegaram em 9 de julho de 1870 e eram todos prussianos (alemães).
Já naquela fase, encontravam-se aqui estabelecidas algumas famílias de nacionais, indígenas ou bugres, como comumente eram identificados. Durante esse período de colonização, os alemães somente desenvolveram uma agricultura de subsistência, devido à quase inexistência de estradas que pudessem servir para o escoamento de sua produção agrícola e manufatureira.
Na época, a única estrada existente, e em péssimas condições, ligava Montenegro a Conde D'Eu, passando por Maratá. Foi por essa estrada que, a partir de 1874 e 1875, começaram a chegar novas levas de imigrantes suíços, italianos, franceses, austríacos e poloneses.
O contato para a vinda desses povoadores foi feito por agentes que, através de uma campanha de aliciamento, promoveram a vinda de um contingente de europeus. Também não havia necessidade de se pensar em estratagemas complexos, era apenas necessário compreender a situação do povo diante das guerras que aconteciam na Europa, para a Unificação da Alemanha, a agitação política para estabelecer a Unidade Italiana e as lutas na Áustria e Polônia, trazendo de roldão a falta de trabalho nos campos e o empobrecimento das regiões urbana e rural.
No entanto, o maior número de imigrantes era proveniente da Itália. A Colônia Conde D'Eu foi o primeiro núcleo de colonização na região serrana do Rio Grande do Sul. A população da Colônia, que em 1875 era de 720 habitantes, atingiu o número de 870 pessoas em 1876.
A oferta brasileira vinha ao encontro das expectativas dos imigrantes europeus, pois acreditando que o quadro de miséria vivido na Europa ficaria no porto, o imigrante "encheu sua bagagem de sonhos, fechou-a com esperança e coragem e partiu, como um peregrino, em busca de um caminho que re-significasse sua vida". (MARINA, 2004, inédito).
Do embarque na Itália, até a chegada nas terras do Sul, as histórias relatadas pelos imigrantes falam, no entanto, de desamparo, de exploração, de muito sacrifício. Novos estudos apontam, que o maior sofrimento estava ligado à saudade da terra e à incerteza do novo. O fato é que foi necessário muito trabalho para que os imigrantes transformassem esta região em colônias e, consequentemente, em cidades.
Nos primeiros tempos foi na religião, na reza do terço, que o habitante renovou seu vigor e encontrou alento para enfrentar a saudade de sua pátria e buscar o convívio com outras famílias.
Foi a partir de 1890, com a Colônia já estabelecida, que as casas, os prédios, que hoje compõem o Centro Histórico, foram construídos.
Em 31 de outubro de 1900, o governo eleva Conde D'Eu à condição de município, que passa a chamar-se de Garibaldi, em homenagem ao italiano Giuseppe Garibaldi, que participou da Revolução Farroupilha e é considerado "herói dos dois mundos".
Já no início de 1900, houve um novo fluxo de imigração, com a chegada de famílias sírio-libanesas, que desenvolveram o aspecto comercial do centro da Cidade.
O Tropeirismo também teve importância fundamental no desenvolvimento de Garibaldi, pois uma das principais rotas birivas do Rio Grande do Sul foi a Estrada Buarque de Macedo, que ligava Lagoa Vermelha a Montenegro. Grandes casas comerciais e hotéis se desenvolveram ao largo dessa estrada, com paradouro também para os animais, bem como a criação da Alfândega (que hoje denomina um bairro), onde eram fiscalizados as tropas ou os produtos comercializados. Muitos tropeiros já eram recebidos aqui como membros da família, e se habituaram ao modo de vida dos colonos, acabando por fazer de Garibaldi não só seu ponto de passagem, mas também sua moradia.
Ainda hoje, a quase totalidade dos habitantes do município é descendente dessas levas de imigrantes, o que fez com que Garibaldi desenvolvesse alguns aspectos peculiares, em parte por essa mescla e pelos imigrantes com suas respectivas culturas.
Garibaldi, Terra do Espumante
Quando chegaram a Garibaldi trazendo como hábito a viticultura, os imigrantes italianos talvez não tivessem a ideia do efeito que esta contribuição teria sobre a história do Município. Hoje Garibaldi é conhecida como a capital brasileira do espumante. A cada estourar é celebrado o trabalho de obstinados, que a cada ano perseguem o ciclo das uvas. Esse trabalho tem como pioneira a família Peterlongo, que em 1913 elaborou o primeiro espumante brasileiro, em Garibaldi.
Durante quatro décadas, o Brasil conheceu um único "champanhe" elaborado aqui. Produzido desde 1913, por uma família de italianos que chegaram do Tirol, o champanhe Peterlongo conquistou definitivamente o mercado brasileiro a partir de 1930. Esta foi a bebida servida pelo Presidente Getúlio Vargas na ocasião da visita da Rainha Elizabeth e seus convidados ao Brasil. Hoje o pioneirismo da Peterlongo na elaboração do champanhe nacional, continua sendo registrado na preocupação com a qualidade do produto.
O gosto da França na mesa do Brasil
Engenheiro e agrimensor, Manoel Peterlongo vindo com sua família de Trento, no Tirol italiano, além de ajudar a fazer o traçado da cidade de Garibaldi, produziu o primeiro champanhe do Brasil. O produto, obtido por meio de sábias misturas de vinhos de qualidades complementares e submetidas a uma fermentação em garrafas era o sonho maior do técnico, que desejava produzir em Garibaldi um vinho que tivesse a mesma qualidade daquele que estava habituado a beber na Europa. O sonho de Peterlongo começou a criar suas próprias raízes em 1913, quando o homem que traçou os primeiros rumos da industrialização do Município, utilizando-se de um processo natural de fermentação (champenoise), criado pelo abade francês Don Pérignon, onde o vinho-base era colocado nas garrafas com a adição de licor de tirage e leveduras selecionadas. No mesmo ano, a qualidade do novo produto já era reconhecida publicamente, ao ganhar a Medalha de Ouro na Exposição de Uvas, na qual foi gravado: "Bendita a terra a que este sangue aquece".
Com o falecimento de Manoel, em 1924, o comando da Casa Peterlongo passou para o filho Armando, que ampliou o estabelecimento, de acordo com o melhor padrão europeu, com uma cantina de 10.000m2, com túneis em granito. Ele preparou a empresa para o salto que viria depois: a modesta organização de trabalho baseada na participação comunitária da família se transformaria numa grande empresa, conquistando o mercado nacional, a partir de 1930.
A crise econômica da década de 30 inviabilizou a produção artesanal e, por causa do alto custo operacional e comercial, o Estabelecimento Vinícola Armando Peterlongo adotou o processo charmat, onde o vinho-base era levado a fermentar a uma temperatura de 13º a 15ºC, em recipiente de aço inox com capacidade de 5 a 10 mil litros, sendo que no ano de 1942 realizava a primeira exportação do produto (Magazine Macy's de Nova Iorque).
Símbolos Municipais
Letra do Hino
Letra: Quartanistas 1969 | Música: Irmã Lina Toigo | Arranjo: Frei Nicolau Lucian
Nesta data gloriosa de tua emancipação
Nós queremos jubilosos te saudar numa oração
Salve, salve, Garibaldi neste dia trinta e um
Salve, Salve, Garibaldi neste dia trinta e um
Imigrantes te construíram, com bravura e destemor
Sacrifícios não mediram, pois te ergueram com amor
Garibaldi tua riqueza, são teus vinhos, parreirais
Tuas colinas verdejantes, tuas belezas naturais.
O teu povo idealista, é também hospitaleiro
Sente-se em casa o turista nacional e estrangeiro
Tua igreja é das mais lindas, tua praça é um primor
Lá no alto a doce Ermida, testemunha fé e amor.
Tuas crianças, lindas flores, são alegres e sadias,
Com seus risos e folguedos, enchem tudo de harmonia
Tuas escolas são prá frente, estudante são aos mil
Jovens fortes e briosos, esperança do Brasil.
Decreto Lei nº 562/1984
Logotipo Garibaldi – Terra do Champanha
Desenvolvida pela empresa Zon Design, o design da marca “Garibaldi – A Capital do Espumante” se refere ao fato de Garibaldi ser a pioneira brasileira na elaboração da refinada bebida. Como expressões diretas da marca, foram considerados os monumentos e a arquitetura histórica, a herança de diversas imigrações (especialmente a italiana e a francesa) os vinhos e espumantes, a natureza, o turismo rural, a iconografia colonial, religiosa e os mapas turísticos.
A marca de Garibaldi é resultado de um estudo baseado no Plano Municipal de e no Plano de Marketing, que contou sempre com o acompanhamento da Secretaria de Turismo e Cultura, de profissionais da área e com a colaboração dos empresários e trabalhadores do setor.
A tipografia "Garibaldi" é única, exclusivamente desenhada, apresentando uma forma orgânica que lembra o movimento do líquido na taça. A taça representa o brinde, a celebração e o espumante, símbolo de Garibaldi por ser a primeira produtora da bebida no Brasil. As estrelas estão diretamente associadas à comemoração, representando a vivacidade da história, a alegria do povo e a leveza da bebida. O roxo e o rosa representam a uva e o vinho, o dourado simboliza o espumante e a celebração, o verde e o azul lembram a Natureza. As cores criam uma atmosfera de festividade na marca e remetem à diversidade das atrações turísticas de Garibaldi.
Bandeira
A Bandeira Municipal de Garibaldi é esquartelada em cruz, sendo os quartéis azuis, separados ao centro por uma faixa larga branca carregada em abismo ao Brasão Municipal, de onde partem as faixas laterais estreitas dividindo os quartéis.
O estilo da Bandeira obedece à tradição da heráldica portuguesa, da qual herdamos os cânones e regras, com direito a opção pelos estilos terciado, esquartelado, sextavado ou oitavado, ostentando uma figura geométrica no topo, na tralha ou ao centro, onde o Brasão e aplicado, tendo por cores as mesmas constantes do campo do escudo.
O Brasão constante e flanco quartel triangular branco, conde é aplicado, representa a própria cidade se do Município; nas faixas que partem desse flanco quartel, dividindo o campo da bandeira em quartéis assim constituídos, representam as propriedades rurais existentes no mesmo.
Fonte: Lei Municipal Nº. 1.127, de 1º de outubro de 1971
Brasão
O Brasão Municipal de Garibaldi, assim se descreve em termos heráldicos: "Escudo samnítico, encimado pela coroa mural de oito torres, de argente, em, campo de argente, posto em abismo, em escudente de blau com três flores-de-liz de jalde em roquete, tendo em chefe um lambel de goles e timbrado de uma coroa de Conde; acantonados, cachos de pâmpanos ao natural. Como suporte à destra e sinistra do escudo, um listel de goles, contendo em letras argentinas o topônimo "GARIBALDI" ladeado pelos milésimos 1870 e 1900; firmados no listel.
O Brasão tem a seguinte interpretação simbólica:
a) o escudo samnítico, usado para representar o Brasão de Armas de Garibaldi, foi o primeiro estilo de escudo introduzido em Portugal por influência francesa herdado pela heráldica brasileira como evocativo da raça colonizadora principal formadora da nossa nacionalidade;
b) a coroa mural que o sobrepõe é o símbolo universal dos brasões de domínio que, sendo de argente (prata), de oito torres, das quais apenas cinco são visíveis em perspectiva no desenho, classifica a cidade representada na Segunda Grandeza, ou seja, sede de Comarca;
c) a cor argente (prata) do campo do escudo, e símbolo heráldico de paz, amizade, trabalho, prosperidade, pureza e religiosidade;
d) e abismo, centro ou coração do escudo, o escudete de blau (azul) com flores de liz de jalde (ouro) em roquete e o lambel de goles (vermelho) reproduz s armarias de Conde D`Eu, lembrando a colônia de Conde D`Eu que deu origem à cidade de Garibaldi.
e) a cor azul (blau) simboliza a justiça, nobreza, perseverança, zelo e lealdade; o metal ouro (jalde) representa a glória, grandeza, riqueza, esplendor, soberania; o vermelho (goles) é símbolo de amor-pátrio, dedicação, audácia, intrepidez, coragem, valentia;
f) acantonados, os cachos de pâmpanos (uvas) ao natural, lembram a viticultura, uma das principais atividades econômicas do Município;
g) no listal de goles (vermelho), em letras argentinas (prateadas), inscreve-se o topônimo identificador "GARIBALDI", tido em homenagem a Giuseppe Garibaldi, herói de dois continentes, um dos mais vigorosos braços posto a serviço da República Farroupilha; o milésimo de "1870" assinala a data da criação das Colônias Conde D`Eu e Princesa Isabel e, por conseguinte a da fundação da cidade e o milésimo de "1900" de sua emancipação política.
Fonte: Lei Municipal Nº. 1.127, de 1º de outubro de 1971.
Prefeitura Municipal de Garibaldi