Notícias

Equipe Econômica estuda medidas para incentivar o consumo

Pressionado por empresários a adotar medidas para tirar a economia da recessão, o governo Temer vai analisar ações para fazer o que é chamado internamente de “travessia do deserto” até que o programa de concessões comece a dar resultados.



Na avaliação da equipe presidencial, a chegada do governo Temer criou uma expectativa de que a economia começaria a reagir no fim deste ano, mas ela não se confirmou porque o cenário mudou e o crédito não reagiu. Temer está no poder há seis meses e o resultado na área econômica pode ser classificado como pífio, além de ser duramente criticado pelas entidades ligadas à classe trabalhadora, seja da iniciativa privada ou do setor público.



A reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico do Governo Temer foi em clima de frustração entre os maiores empresários brasileiros presentes no evento, como o gaúcho Jorge Guerdau. Agora, a ordem interna, principalmente depois das pressões do mundo empresarial, é buscar medidas para impulsionar o consumo enquanto o investimento não volta. Está proibida, contudo, a repetição de medidas ao estilo do governo anterior, como liberação de crédito subsidiado e redução de impostos.



Uma das apostas do governo é na continuidade do ciclo de redução da taxa de juros, que nesta semana, com a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), terá uma nova etapa, para iniciar um impulso no crédito.



Assessores presidenciais dizem que o ideal seria um corte de 0,50 ponto percentual, mas não acreditam nessa possibilidade. As apostas estão num corte de 0,25 ponto por causa do cenário de incerteza na economia, principalmente depois da eleição de Donald Trump. A taxa básica está hoje em 14% ao ano, o que inviabiliza qualquer tipo de investimento.



No Palácio do Planalto, a expectativa é que algumas medidas já tomadas e outras no forno possam ajudar a melhorar o ritmo da economia em 2017. Entre elas estão a liberação de recursos para construir casas populares e a retomada de 1.600 obras que estavam paradas. Em estudo está também a liberação de crédito para micro e pequenas empresas.



Membros do próprio governo afirmam nos bastidores que equipe presidencial precisa ter mais “criatividade” e “ousadia” para encontrar medidas que ajudem a fazer a travessia até que o programa de concessões comece a dar resultados.



Segundo ele, as novas concessões e a renovação das atuais devem gerar efeito no ritmo da economia num prazo de 12 a 24 meses e o governo não pode esperar. Ele diz que, se o Planalto ficar parado, o risco é que a “paciência da sociedade se esgote antes de o país voltar a crescer”.



O governo acreditava a economia poderia crescer 1,6% no próximo ano, mas rebaixou sua previsão para 1%. O receio é que até essa projeção não venha a se confirmar. Dentro da equipe econômica, as pressões por medidas para impulsionar o consumo são vistas como normais e técnicos analisam o que é possível fazer de imediato.



Rubem Pires Junior – MTb 9310/RS

Informações e foto: Agências de Notícias

Adicionar Comentário