Longo caminho para a construção da nova ponte depende de definição do local e inclusão no Plano Rodoviário

Os prefeitos de São Sebastião do Caí, João Marcos Duarte Guará; de Pareci Novo, Cristina Reinheimer; e de Harmonia, Ernani Forneck; estiveram reunidos no trecho das três pontes estreitas do Matiel, que fica na ligação entre os três municípios. Na ocasião, verificaram o estado precário da travessia, principalmente da ponte do meio, e falaram sobre a mobilização para a construção de uma nova ligação sobre o rio Caí. Além dos buracos, grande parte das pontes estão sem mureta de proteção lateral, aumentando o risco de acidentes. Recentemente um motociclista foi desviar dos buracos e caiu da ponte do meio, ficando gravemente ferido.

“Precisamos de um acesso melhor urgentemente”, diz a prefeita Cristina, sobre o pedido ao Governo do Estado, já que se trata de um trecho de ERS-124, sob responsabilidade do Daer. “Já foram tantas reuniões e mobilizações sobre a necessidade urgente de se achar uma solução para um trecho tão importante para a região e de trânsito intenso”, completou o prefeito Ernani. “Está muito perigoso”, alertou o prefeito Guará, mostrando o movimento de veículos, incluindo caminhões.

As atuais pontes estreitas foram inauguradas em 23 de setembro de 1970. Portanto, vão completar 55 anos, não suportando o intenso fluxo de veículos da atualidade. O tráfego aumentou ainda mais porque muitos motoristas utilizam o trecho para desviar dos pedágios. E mesmo com as restrições de peso de até 24 toneladas e máximo de quatro eixos, muitos caminhões pesados fazem a travessia, devido à dificuldade de fiscalização.

Nesta segunda-feira, dia 4, a Prefeitura de São Sebastião do Caí realizou reparos emergenciais, de forma paliativa, com uma operação tapa-buracos na ponte do meio para evitar danos maiores e riscos à segurança. As condições do pavimento ficaram muito precárias após as recentes chuvas, causando congestionamentos e transtornos. Segundo a Prefeitura, o Daer ficou de fornecer material para que seja feito um trabalho na melhoria da pavimentação.

Manifesto regional

A situação precária das três pontes estreitas, onde só passa um veículo de cada vez, aumenta a necessidade de construção de uma nova travessia sobre o rio Caí, já que os acidentes e congestionamentos têm causado muitos transtornos e prejuízos. Lideranças empresariais e políticas lançaram um manifesto em defesa do projeto da nova ponte, que poderá ser construída através de recursos do Fundo de Reconstrução, Recuperação e Resiliência do Rio Grande do Sul (Funrigs). Entretanto, ainda não existe um projeto e sequer foi definido o local para a construção da nova ponte, sendo que por enquanto se encontra em fase de estudos. A inclusão no Funrigs depende de aprovação do Comitê Gestor do Fundo.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede), Alzir Bach, é um processo complexo e de várias etapas. Ele cita que o primeiro passo é o Daer oficializar o novo traçado e local da nova ponte, na ligação entre a ERS-124 e a ERS-122, passando por fora da área urbana do Caí. Depois é preciso incluir no Plano Rodoviário Estadual (mapa), elaborar o projeto executivo e realizar as desapropriações. Só então será possível iniciar a obra. “É um longo caminho”, ressalta. Alzir lembra que anos atrás foi incluído um valor através da Consulta Popular, para elaboração do projeto, mas acabou não sendo liberado pelo Daer porque não tinha a oficialização do novo trajeto no mapa rodoviário do Estado, quanto ao local e traçado. “Essa definição não tem custo para o Estado, mas mesmo assim não é feito”, afirma. “Tem que lutar e aproveitar a possibilidade de recursos do Funrigs”, conclui.