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“A mulher precisa ser forte, física e mentalmente”

Neste 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, é tradição presentear nossas mães, esposas, irmãs e amigas com botões de rosas e outras flores e parabenizá-las pela data. Mas, para a empresária e atleta de Taekwondo de Bom Princípio, Fabrícia Maria Müller, 41 anos, a questão é muito mais profunda. “A mulher tem que ser forte, física e mentalmente, para poder dizer “não” a tudo que achar errado. E o esporte é um grande aliado para isso”.
Filha de pais agricultores e a caçula de seis irmãos, quatro mulheres e dois homens, Fabrícia começou a trabalhar ainda adolescente na fábrica de geleias das irmãs. “Minha mãe, além de dona de casa, vendia produtos coloniais como nata, cuca e pães e sempre foi meu exemplo. Como empreendedora que sou, a primeira referência que tenho sempre foi minha mãe. Ela era muito organizada com dinheiro e com o que vendia e recebia. Sempre valorizei muito esse esforço e me espelho nela até hoje” comenta Fabrícia.
A empreendedora e atleta afirma que nunca se deixou afetar pelo preconceito por ser uma mulher faixa preta em artes marciais. “Aconteceu muitas vezes de estranharem uma mulher dando aulas de taekwondo. Antes da popularização dos celulares com internet, que permitem que possamos pesquisar sobre tudo e todos em segundos, tive casos de pessoas chegarem na minha aula e me perguntarem onde estava ‘o professor’. Havia desconfiança pelo fato de ser mulher, mas sempre superei isso com muito trabalho. Hoje, com as redes sociais, o pessoal já vem sabendo um pouco mais de mim e nossa equipe quando procura o Jin Seon”, conta ela.
Ao comentar sobre o dia 8 de março, Fabrícia afirma não ver a data apenas como momento de reflexão, luta e nem somente de comemoração. “Temos que ser realistas, ver como está a situação do nosso mundo. É um dia de cair na real e melhorar o que pode ser melhorado. A mulher ainda é muito mal tratada em alguns países em pleno século 21. Tivemos recentemente um encontro sobre defesa pessoal feminina e toda mulher deveria conseguir se cuidar, pensar em si, na sua saúde e se inserir no esporte, por exemplo. A mulher se cuidar não é só usar maquiagem, mas sim se cuidar de dentro para fora. Estando bem fisicamente, fica bem mentalmente, e assim toma decisões muito melhores. Se posiciona de forma mais contundente em todos os aspectos”.
E ela vai além. “Temos que ter saúde física e mental. Por isso penso que o 8 de Março e todos os outros dias do ano devem ser o dia da mulher que se cuida, que pensa em si e em sua saúde. E não me refiro a campanhas para detectar doenças e problemas, mas sim chegar na mulher e perguntar “tu tá fazendo exercício? Como tá tua alimentação? O que você pensa sobre a vida?” Temos que pensar muito mais em prevenção. Esse é o caminho”.


ONU instituiu a data em 1975
O Dia Internacional das Mulheres é celebrado, anualmente, no dia 8 de março. A ideia de uma comemoração anual surgiu depois que o Partido Socialista da América organizou o Dia das Mulheres, em 20 de fevereiro de 1909, em Nova York — uma jornada de manifestação pela igualdade de direitos civis e em favor do voto feminino. Durante as conferências de mulheres da Internacional Socialista, em Copenhague, 1910, foi sugerido que o Dia das Mulheres passasse a ser celebrado todos os anos, sem que, no entanto, fosse definida uma data específica.
A partir de 1913, as mulheres russas passaram a celebrar a data com manifestações realizadas no último domingo de fevereiro. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro, no calendário juliano), ainda na Rússia Imperial, organizou-se uma grande passeata de mulheres em protesto contra a carestia, o desemprego e a deterioração geral das condições de vida no país. Operários metalúrgicos acabaram se juntando à manifestação, que se estendeu por dias e acabou por precipitar a Revolução de 1917. Nos anos seguintes, o Dia das Mulheres passou a ser comemorado naquela mesma data, pelo movimento socialista, na Rússia e em países do bloco soviético.
Em 1975, o dia 8 de março foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Dia Internacional da Mulher. Atualmente, a data é comemorada em mais de 100 países — como um dia de protesto por direitos ou de celebração do feminino, comparável ao Dia das Mães. Em outros países, a data segue sendo amplamente ignorada.

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