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Caixa Econômica Federal reduz limite de financiamento para imóveis usados


A partir desta segunda-feira, 4 de maio, a Caixa Econômica Federal vai reduzir o limite de financiamento para imóveis usados. O objetivo é focar a oferta de crédito habitacional em moradias novas. O banco detém 70% de todos os financiamentos de imóveis no país.

 

De acordo com as novas regras, os financiamentos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo terão uma redução do limite do valor total financiado de 80% para 50% do valor do imóvel no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e de 70% para 40% para imóveis no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), pelo Sistema de Amortização Constante (SAC).

 

A redução do limite de financiamento vale apenas para imóveis usados financiados com recursos da poupança – ficam de fora da mudança o crédito para a habitação popular, como o Programa Minha Casa, Minha Vida, e os financiamentos com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

 

Portanto, quem comprar um imóvel usado pelo SFH a partir da próxima semana terá que dar uma entrada de, no mínimo, 50% e financiar a outra metade. Antes, a entrada mínima era de 20%. No caso do Sistema Financeiro Imobiliário, o valor mínimo da entrada passará a ser de 60%, para o consumidor financiar os outros 40%.

 

Fuga da poupança – A mudança ocorre após a caderneta de poupança ter registrado uma saída líquida (retiradas menos depósitos) de R$ 11,43 bilhões em março, a maior fuga de recursos da aplicação para todos os meses. Quando a captação da poupança é reduzida, os recursos para empréstimos ficam mais escassos.

 

Mudança de Limite Financiamento da Caixa

Limite            SFH            SFI

Antigo            80%            70%

Novo              50%            40%

 

Restrição vai afetar quem tem menos recursos

 

Para o Sindicato das Imobiliárias do Rio Grande do Sul (Secovi/RS), as novas taxas devem significar um "travamento" em todas as vendas, afetando principalmente consumidores com menos recursos.

 

Segundo o vice-presidente de comercialização do Secovi/RS, Gilberto Cabeda, grande parte das pessoas que compraria imóveis de até R$ 650 mil (valor máximo financiável no RS) não tem poupança suficiente para pagar 50% de seu valor logo na entrada.

 

“O mercado deverá continuar estável. Às vezes, o cliente até tem dinheiro disponível para dar essa entrada maior, mas prefere esperar por dias melhores. A decisão de comprar ou esperar é pessoal”, define Cabeda.

 

No entanto, a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) acredita que, se, por um lado, a nova cota de financiamento deve refrear a venda de imóveis usados, por outro, deve aumentar a venda de novos empreendimentos e a procura pelo aluguel em todo o Brasil.

 





Texto: Edgar Pont - Jornalista/MTE-7787


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