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Existe relação entre autismo e perda auditiva?

O autismo, denominado de Transtorno do Espectro Autista (ETA), pode ser definido como uma alteração no desenvolvimento e no comportamento humano. Enquanto a perda auditiva, por sua vez, diz respeito a uma alteração na audição em si. Ocorre que muitos sintomas que podem levar ao diagnóstico do autismo e da perda auditiva são semelhantes. Por esse motivo, as dúvidas a respeito da relação entre essas duas condições são muito comuns. Esse texto busca esclarecer essas dúvidas.

O que é o autismo?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é causado por alterações no neurodesenvolvimento do indivíduo que desencadeiam diversas consequências, e que podem ou não se manifestar. Nesse sentido, é importante saber que cada caso é único, por isso, cada autista tem as suas próprias características.

Desse modo, apesar de não ser possível confirmar um diagnóstico apenas com características isoladas, a partir delas é possível ter a suspeita. Sendo assim, é preciso estar atento aos sinais que podem indicar o TEA, como: dificuldade de interação social, atraso no desenvolvimento da linguagem, dificuldade de manter o contato visual, movimentos repetitivos, entre outros.

Além desses sintomas, os autistas, muitas vezes, têm hipersensibilidade relacionada aos sentidos. Ou seja, eles tendem a ter dificuldades e uma maior sensibilidade com texturas, toques e sons. Por esse motivo, é comum que autistas não consigam ficar em ambientes barulhentos ou que tenham sons repetitivos.

O que é a perda auditiva?

A perda auditiva pode ser descrita como uma dificuldade total ou parcial de escutar sons, que pode acompanhar a pessoa desde o nascimento ou ser adquirida ao longo da vida. Quando o bebê nasce com a deficiência auditiva, dizemos que ela é uma perda auditiva congênita. Normalmente, as causas para essa situação são genéticas, infecções na gravidez, diabetes gestacional, parto prematuro e lesões no nascimento.

Além da perda auditiva congênita, há também a adquirida ao longo da vida. Nesse caso, ela pode ser decorrente de diferentes causas como: infecções, acidentes com perfuração do tímpano, uso indevido de tecnologias como fones de ouvido, exposição a ruídos altos, envelhecimento natural do ser humano, doenças, dentre outras.

Isso colocado, vem a pergunta: afinal, há correlação entre o autismo e a perda auditiva?

A resposta para essa pergunta é não, não há relação entre essas duas condições. Todavia, o que acontece, é que existem muitos sintomas que podem levar ao diagnóstico do autismo e da perda auditiva. Sendo assim, se faz necessário o acompanhamento de profissionais capacitados para que as crianças tenham um diagnóstico correto sobre a sua condição.

Dentro da dificuldade de interação social, por exemplo, há um sinal clássico que pode nos levar à suspeita de autismo: a criança não responder quando é chamada. Esse sintoma, entretanto, também pode significar a perda de audição. A falta de interação social e o atraso de fala, são características das duas condições (perda auditiva ou autismo).

Essas semelhanças, muitas vezes, acabam confundindo as pessoas, e relacionando os problemas auditivos ao TEA. Dito isso, podemos citar este estudo que verificou que 62,96% dos pais de crianças autistas com diagnóstico confirmado, tiveram como suspeita inicial a perda auditiva.

Apesar de não haver uma relação direta entre o autismo e perda auditiva, é importante saber que sim, alguns autistas podem apresentar problemas auditivos. Isso acontece porque um quadro não exclui o outro.

Com isso é de fundamental importância a realização da triagem auditiva neonatal (TAN) ainda nas primeiras horas de vida do recém-nascido. Essa triagem nos permite a identificação da perda auditiva de forma precoce.

Para fechar o diagnóstico correto, a pessoa deve ser submetida a alguns exames, como a audiometria. Dentre outros, também é possível solicitar o exame Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE). Por meio dele, os médicos investigam a atividade elétrica no sistema auditivo quando há um estímulo acústico.

Além desses exames, a observação comportamental pelos pais e adultos que convivem com a criança é fundamental. Crianças que apresentam perda auditiva tendem a criar maneiras não verbais de se fazer entender e se comunicar com outras pessoas. Já as pessoas com TEA, normalmente, não tentam essa interação.

O que fazer quando há diagnóstico de TEA e perda auditiva?

A relação entre autismo e perda auditiva

Quando há a confirmação que uma pessoa apresenta o Transtorno do Espectro Autista e a perda auditiva é necessário que aconteça um trabalho multidisciplinar para que ela consiga aceitar o tratamento para a perda auditiva.

Isso porque, normalmente, a perda de audição é tratada por meio do uso de aparelhos auditivos. Esses dispositivos, entretanto, podem ser incômodos para as pessoas com TEA. Além disso, eles também podem sofrer com a hipersensibilidade a sons e ruídos.

Sendo assim, é essencial que aqueles que apresentam suspeitas ou confirmação de autismo e perda auditiva sejam acompanhados por fonoaudiólogos especialistas no assunto. Desse modo a criança poderá se desenvolver melhor e ter uma maior qualidade de vida.

O Transtorno do Espectro Autista faz com que a pessoa tenha dificuldade de comunicação e interação. Já a surdez nos leva a uma dificuldade de entender informações sonoras. Como vimos, autismo e perda auditiva se relacionam em muitos pontos, mas não estão interligados e também não se excluem. Sendo assim, é possível que autistas sejam ou não sejam também surdos.

Se você tem dúvidas sobre o diagnóstico de autismo e perda auditiva de alguma pessoa que convive com você, não deixe de buscar ajuda, procure um neurologista pediátrico, otorrinolaringologista e um fonoaudiólogo. Juntos poderão ajudar no diagnostico e no tratamento adequado.

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