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Indicadores de percentual de famílias gaúchas endividadas e inadimplentes volta ao nível pré-crise

​Pelo quarto mês seguido (desde março/2018), a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Federação do Comércio do RS registrou recuo no percentual de famílias endividadas em relação ao mesmo período de 2017. Os dados divulgados nesta quinta-feira, 12 de julho, mostram que o indicador foi de 67,8% contra 70,6% em junho do ano passado. Embora ainda em ritmo lento, a recuperação do mercado de trabalho, ao lado do recuo da taxa básica de juros, tem melhorado o perfil do endividamento. “Há um ano, 24,7% das famílias entrevistadas se diziam muito endividadas. Esse percentual hoje é de 12,1%. O problema não é a família ter dívidas, mas sim ter dívidas que comprometam o consumo corrente e que a encaminhe para uma situação de inadimplência”, pontua o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.

 

O indicador que mede a parcela da renda comprometida com dívidas e o de tempo de comprometimento com a dívida apresentaram queda em junho em relação ao mês anterior. Na média em 12 meses, a parcela comprometida da renda ficou em 30,9% e o tempo de médio de comprometimento com o pagamento da dívida, nesse mesmo horizonte de comparação, ficou em 7,4 meses. No mês, o cartão de crédito permaneceu líder quando o assunto é o maior peso na formação do endividamento dos gaúchos (85,1%), seguido por crédito pessoal (14,6%), carnês (12,3%) e cheque especial (10,1%).

 

O percentual de famílias com dívidas em atraso caiu significativamente no confronto interanual, passando de 30,9% em junho/2017 para 23,0% em junho/2018. A recuperação do mercado de trabalho tem contribuído para que as famílias regularizem as dívidas em atraso. Novamente, a pesquisa destaca que o percentual de famílias que vem quitando suas dívidas após o vencimento voltou ao patamar de antes da crise. “Este é o primeiro mês da pesquisa que traz esse resultado, no entanto, é difícil esperar estabilidade nesse patamar diante do cenário. Mas um ponto positivo é que temos observado um percentual cada vez menor de famílias que informam ter atraso superior a 90 dias”, afirma Bohn, lembrando que a redução do desemprego vem sendo puxada pela criação de postos informais e trabalhadores por conta própria, prática que gera incertezas em relação a valores e periodicidade dos rendimentos.

 

O número de gaúchos que não terão condições de honrar suas dívidas vencidas no prazo de 30 dias também apresentou queda, saindo de 9,6% em junho/2017 para 5,6% em junho/2018, o menor resultado desde outubro de 2014. Segundo a pesquisa, esse movimento também está condicionado ao mercado de trabalho, que começa a ser retomado lentamente.



 

Informações: Federação do Comércio do RS



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