Localizada na rodovia RS 122 (novo traçado), no Centro de Bom Princípio, a Pneus Bom Princípio atua há 22 anos na área de pneus, além de oferecer também serviços de suspensão e troca de óleo. A história da empresa surgiu quando seu proprietário, Pedro Klering, que trabalhava numa empresa de vassouras da cidade, resolveu começar um serviço alternativo nas horas vagas. Depois de três anos, passou a se dedicar exclusivamente ao seu novo ofício. É ele o entrevistado do Lince Empresas, para falar sobre pneus e os cuidados que se deve ter em relação a eles.
LINCE EMPRESAS: Quais as informações constantes na lateral do pneu e sua importância?
PEDRO KLERING: Na lateral dos pneus, encontram-se várias informações técnicas sobre o produto, como data de fabricação, pressão (calibragem), tração (capacidade de parar em piso molhado), graduação de desgaste, capacidade de carga, variação de velocidade, resistência à temperatura, tamanho, tipo (tubeless = sem câmara / tube type = com câmara), indicador de desgaste da banda de rodagem (em inglês Tread Wear Indicator, conhecido como TWI), entre outras. É importante que essas informações sejam respeitadas, por questões de segurança e rendimento do pneu.
LINCE EMPRESAS: O pneu tem prazo de validade. Esse prazo pode variar, conforme o uso?
PEDRO KLERING: Os pneus vêm com garantia de cinco anos. Depois desse prazo, ele desgasta mais rapidamente e costuma deformar. Porém, a durabilidade dos pneus varia muito conforme diversos fatores: sua qualidade, pista em que roda, maneira de dirigir do motorista, entre outros. Por exemplo, acelerar e desacelerar bruscamente desgastam mais o pneu do que fazer essas manobras lentamente. Assim, enquanto uns motoristas conseguem uma durabilidade de 35 mil quilômetros, outros, nas mesmas condições, só conseguem durabilidade de 20 mil quilômetros. Por isso, além de cuidar da validade, é preciso estar atento a sinais de danos, envelhecimento e desgaste e, sempre que necessário, procurar um profissional, que pode indicar qual a melhor solução. Lembrando que pneu com sulcos de profundidade (TWI) mínima abaixo de 1,6mm significam infração de trânsito.
LINCE EMPRESAS: E o que é recomendado na hora de trocar os pneus?
PEDRO KLERING: O mais adequado é a troca do jogo de pneus de uma vez só vez, seguida de geometria e balanceamento. E para eles renderem mais, é importante fazer seu rodízio, além de geometria e, se necessário, também balanceamento, a cada 10 mil quilômetros rodados, em que vai se trocando os pneus conforme o estado deles, levando em conta onde há maior e menor desgaste, uma vez que o seu desgaste não é regular. Por exemplo, devido às condições da estrada, sujeira, etc, o pneu costuma gastar mais no lado direito.
LINCE EMPRESAS: Quais as características de pneus com câmara e sem câmara e as vantagens e desvantagens de cada tipo?
PEDRO KLERING: Os pneus sem câmara atualmente são amplamente usados, sendo que os com câmara são bastante usados em motocicletas, devido às suas características. Os pneus sem câmara dão menos problema e oferecem mais segurança, uma vez que, em caso de pneu furado, o com câmara esvazia rapidamente, enquanto o sem câmara esvazia lentamente, permitindo, inclusive, muitas vezes, ainda andar um trecho.
LINCE EMPRESAS: De quanto em quanto tempo, deve ser feita a calibragem dos pneus?
PEDRO KLERING: Não existe um período fixo para a calibragem dos pneus, uma vez que a pressão depende de vários fatores. Por exemplo, um pneu novo não precisa tanta calibragem que um velho e o estado da roda também influi sobre a pressão do pneu. A indicação é que a calibragem seja feita, em média, a cada mês.
LINCE EMPRESAS: O que são a geometria e o balanceamento? Quando devem ser feitas e por que são importantes?
PEDRO KLERING: A geometria (alinhamento) é o processo de regulagem dos ângulos da direção e suspensão do veículo. O alinhamento dos pneus tem a função de manter as rodas do veículo o mais paralelo possível entre os ângulos de um mesmo eixo ou entre os diferentes eixos, evitando desgastes anormais rápidos, que comprometem a durabilidade dos pneus. Deve ser feito nas revisões periódicas estipuladas pelo fabricante do veículo; após impactos fortes contra buracos, pedras, guias ou outros objetos; quando houver a substituição de algum elemento da suspensão ou da direção; toda vez que notar algum comportamento estranho no veículo, tendendo a ir mais para um lado ou com dificuldade de se manter na trajetória; quando forem verificados desgastes irregulares nos pneus; quando houver substituição de pneus.
Balanceamento é o processo de compensação feito para equilibrar o conjunto de pneu e rodas do veículo. O balanceamento é necessário para suprimir vibrações, permitindo preservar os pneus, os componentes da suspensão e da direção de um desgaste prematuro. Pode acontecer que as vibrações não sejam sentidas no volante, mesmo que existam, porque algumas vezes o veículo as filtra. Daí a importância de balancear as rodas traseiras, assim como as dianteiras. O balanceamento deve ser feito nas revisões periódicas estipuladas pelo fabricante do veículo; quando houver substituição de pneus; quando for efetuado conserto em pneus; por ocasião de vibrações no volante; quando houver substituição de elementos do conjunto rodante (pastilhas de freios, rolamento da roda, peças da suspensão, etc).
LINCE EMPRESAS: Que cuidados se deve ter em relação ao estepe?
PEDRO KLERING: O estepe não pode ser esquecido. É importante verificar constantemente se está em bom estado, para que esteja em condições na hora que se precisa dele.
LINCE EMPRESAS: Como é feito o descarte dos pneus?
PEDRO KLERING: As empresas fabricantes e/ou importadoras de pneus são obrigadas por lei a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada ao produto. Assim, uma empresa recolhe, aqui na empresa, os pneus sem serventia.