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Mito da caverna


Ampliar os horizontes e o campo de visão, enxergar além do óbvio, sair da condição de ignorância no conhecimento de si próprio e da vida em geral é algo libertador. O mito da caverna, escrito pelo filósofo Platão, exemplifica como podemos nos libertar da condição de escuridão que, muitas vezes, nos aprisiona e impede que possamos ver a luz da verdade.

 

Nessa parábola, Platão narra a vida de prisioneiros que foram acorrentados desde o nascimento em uma caverna, onde podiam apenas enxergar o mundo através das sombras na parede da mesma, projetadas por uma fogueira. Durante suas vidas, eles passavam o tempo todo somente podendo olhar para o fundo da caverna onde eram projetadas as sombras e ecoavam os sons. A vida e o mundo que eles conheciam eram assim. De repente, um dos prisioneiros é libertado e vê que o que conheciam até o momento eram apenas sombras, mas que existia uma vida de verdade além daquelas sombras. E percebeu que ele e seus companheiros passaram a vida toda julgando apenas sombras e ilusões. Inicialmente, sair da caverna ofuscou a visão dele, mas, em seguida, ficou maravilhado em contemplar a verdadeira realidade.

 

Sempre é importante pensarmos se muitas vezes não somos também “prisioneiros”, vendo o mundo através de sombras e deixando de contemplar a verdadeira realidade. Estamos sempre acostumados a enxergar o que nos é apresentado e imposto pela sociedade e somos guiados conforme a tradição, cultura, hábitos, acreditando no que nos foi transmitido durante a vida. Muitas vezes, podemos acabar formando opiniões erradas, preconceitos, juízos incorretos, sem que reflitamos para formarmos melhores opiniões sobre as situações e pessoas.

 

Então esse mito nos faz pensar sobre uma crítica a tudo que acreditamos e nos leva a questionar por que as coisas têm que ser como são, por qual razão sempre foram assim e quem determinou que fossem dessa forma, bem como se os tipos de preconceito criados pela sociedade são mesmo válidos, como exigências sobre aparência, raça, idade, sexualidade, religião, peso e deficiências, por exemplo. Algumas coisas são consideradas “feias” e “erradas”, sendo reprovadas socialmente, enquanto outras são aprovadas, por convenções que foram simplesmente criadas. Precisamos ampliar nosso campo de visão, aproveitando o melhor da vida sem preocupações com dogmas, cada um com sua aparência, gostos e preferências, usando sempre como regra não prejudicarmos a nós mesmos e também a outras pessoas, buscando sempre vivermos bons momentos.

 





Colaboração: Giovane dos Santos - Psicólogo


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