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Ser diferente é normal

 

Segundo o dicionário Aurélio, ser normal significa estar conforme as normas, regular, usual, agir de acordo com as regras definidas. A tendência natural de todos é seguir as normas e tradições que são transmitidas de geração para geração, mesmo sem questionar por que existem, e qual o motivo pelo qual as coisas são organizadas de determinada forma. A partir disso, podem surgir crenças limitantes e preconceitos que fazem com que as pessoas reproduzam essas ideias como sendo verdades absolutas, que levam todos a acreditarem que devem ser iguais a todo mundo para serem considerados normais e que ser diferente é uma aberração.



Algumas das regras mais comuns que a sociedade atual parece pregar erroneamente, por exemplo, são as que determinam que todos devem ser magros, altos, terem a pele branca, boas condições financeiras, serem heterossexuais, enxergarem bem, não terem problemas auditivos, serem inteligentes, não apresentarem nenhuma dificuldade física, não terem orelhas grandes, não serem loucos, entre outras.



Infelizmente a negação da diversidade é algo frequente entre as pessoas, podendo causar incompreensão, conflitos, racismo e diversas formas de preconceitos. Ninguém quer ser excluído da sociedade, dos grupos, ou dos amigos e todos buscam ser aceitos socialmente. Isto faz com que muitos sejam escravos das regras sociais que foram sendo transmitidas pelos antepassados ao longo do tempo, causando atualmente uma epidemia global chamada “normose”, que é uma obsessão doentia por ser normal. A busca pela normalidade, pode levar as pessoas a agirem com hábitos considerados normais pelo consenso social, mas que podem ser patogênicos e levar à infelicidade e à perda do sentido da vida, ou seja, muitas pessoas se privam de agirem de acordo com seus gostos, para serem aceitos e estarem de acordo com as normas sociais.



É importante verificar que a diversidade é algo comum entre os seres humanos. É correto afirmar que, com uma população em torno de 7 bilhões de pessoas no mundo, não podemos encontrar ninguém exatamente igual, nem mesmo gêmeos univitelinos, nem fisicamente nem em aspectos de personalidade. Cabe o questionamento do que é definido como sendo “normal”. Se fosse definido como normal que todas as mulheres tivessem os cabelos curtos, por exemplo, a excluída seria aquela que usasse cabelos longos. Caso a cor destinada aos meninos fosse rosa, o errado seria o menino que usasse azul. Então quem define o que é certo e errado, o que é ou não normal? Portanto todos têm suas diferenças e ser diferente é normal.



Colaboração: Giovane dos Santos – Psicólogo

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