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Um porto seguro


Em dias nos quais ninguém mais tem tempo disponível, vale recordarmos a história de um autor desconhecido que conta que um menino, com cerca de cinco anos de idade, certa vez, armou-se de coragem para perguntar ao pai quanto ele ganhava por hora de trabalho. E quando o pai chegou em casa, assim o garoto fez. O pai, então, ficou muito irritado, respondendo que estava cansado, não queria ser incomodado, mas o garoto insistiu e ele respondeu que recebia três reais por hora. Assim, imediatamente o filho pediu um real emprestado ao pai, que ficou mais furioso ainda e, com brutalidade, mandou a criança ir dormir. Mais tarde, pensando mais calmamente, o pai resolveu ir até o quarto e, dando um real ao menino, perguntou por que precisava daquele valor. Então, o garoto respondeu que, juntando com dois reais que já tinha, era a quantia da qual precisava para comprar uma hora do tempo do pai.

 

Duas horas diárias de atenção aos filhos podem proporcionar uma boa proximidade se forem aproveitadas com qualidade. Os filhos estão sempre observando a forma como o pai trata a eles, sua mãe e as pessoas. Então já será bastante positivo dar mais atenção para o filho do que para a televisão, internet ou celular e evitar xingá-los por querer sossego para ver a novela, ler o jornal ou bater papo no whatsapp. Demonstrar um carinho com atitudes, diálogo ou gestos como um beijo no rosto e um abraço também podem ser algo muito importante. O pai é uma referência e as crianças aprendem até mesmo com os erros cometidos por ele, precisando da ajuda dele para aprenderem a viver e encontrarem o caminho correto. Por isso, a palavra “pai” é tão mágica quanto a palavra “mãe”, pois ele representa amor e segurança na vida dos filhos.

 

Os filhos são como “navios” e o pai é o “porto seguro”, afirma o psiquiatra e escritor Içami Tiba. Segundo ele, ao olharmos um navio no porto, verificamos que ele está no seu local mais seguro. Porém ali, ele está sendo abastecido e preparado para se lançar em suas próprias aventuras em alto mar. Levará consigo os exemplos aprendidos, mas poderá desviar a rota. Retornará com suas experiências e se for necessário saberá que pode voltar ao seu porto seguro.

 

Assim, cabe ao pai ensinar os filhos a “navegar”, encontrarem seu próprio lugar, levando na bagagem seus valores, como humildade, educação, respeito, honestidade, entre outros. É importante um pai fazer a diferença na vida dos seus filhos, sendo presente emocionalmente, pois, como afirma Pedro Martins, em um poema: “Ser pai é uma tarefa divina, é servir de suporte e cuidar de outra vida com apreço e dedicação”.



 



Colaboração: Giovane dos Santos - Psicólogo


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